Você já ouviu falar sobre pegada de carbono? Esse termo tem ganhado relevância nos últimos anos e, mesmo tendo relação direta com as mudanças climáticas, segue desconhecido por muitos.
Pensando nisso, preparamos um artigo completo sobre pegada de carbono, sua importância e como empresas – e a Raízen – vêm trabalhando para reduzir a pegada de carbono dos produtos e da cadeia de valor!
Uma leitura que vale a pena. Confira 😊
O que é pegada de carbono?
A pegada de carbono é um dos indicadores contemplados pela Avaliação de Ciclo de Vida e consiste em calcular todas as emissões de gases do efeito estufa (GEE) atreladas a um produto ou processo.
Entre todos os critérios considerados no ACV de um produto, a pegada de carbono é o que ganha mais destaque devido à urgência no endereçamento e no combate às mudanças climáticas.
O cálculo da pegada de carbono, por considerar todas as emissões de GEE ao longo do ciclo de vida do produto, é uma ferramenta de gestão de emissões.
Ela é muito importante para as empresas: cada vez mais, mercados maduros no tema de mudanças climáticas têm usado esse indicador como um critério de seleção ou de prêmio para produtos como combustíveis e energia.
Mas, afinal, o que significa ACV?
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica desenvolvida para mensuração dos possíveis impactos ambientais causados pela fabricação e utilização de determinado produto.
Essa metodologia vem sendo desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos. Ela é usada para uma melhor compreensão do desempenho, positivo e negativo, de produtos e processos no meio ambiente.
O processo é dividido por etapas. Primeiro, são levantados e utilizados os dados em todas as fases do ciclo de vida do produto (da produção ao consumo) e, se for o caso, a reciclagem e o reúso.
Isso porque a produção de qualquer produto pode atingir o meio ambiente de diferentes formas. Então tudo que está envolvido no ciclo de vida de um produto é medido e relacionado a diferentes categorias de impactos ambientais.
Dessa forma, conseguimos entender quais danos ou benefícios provêm da fabricação e do uso de um produto específico!
Após a primeira etapa do estudo, é feita uma análise dos dados coletados, uma avaliação dos impactos ambientais e, por fim, uma conclusão das informações estudadas.
Para que serve a pegada de carbono?
A pegada de carbono serve para medir o tamanho do impacto ambiental que nós, seres humanos, causamos todos os dias na Terra.
Nosso modo de vida exige o uso de muitos recursos naturais e o processamento desses recursos para produção de produtos e/ou serviços emitem toneladas de gases de efeito estufa, de um jeito que sobrecarrega o meio-ambiente.
Imagina só se não tivéssemos como saber o quanto a sociedade já emitiu de gases de efeito estufa (GEE)? Ou, ainda, se não soubéssemos qual é o limite da terra com relação aos impactos causados?
Por isso a pegada de carbono é tão útil: ela é uma das principais “unidades de medidas” para o controle da emissão de gases de efeito estufa (GEE) e o combate ao impacto causado pelas mudanças climáticas.
Por que o termo pegada de carbono é importante e quando esse termo surgiu?
O termo “pegada de carbono" surgiu do inglês “carbon footprint” e faz uma analogia às pegadas: ao andarmos, deixamos marcas por onde passamos. O mesmo acontece com a emissão de dióxido de carbono: elas deixam marcas no planeta.
A expressão foi criada quando William Rees e Mathis Wackernagel, pesquisadores da década de 1990, lançaram o livro “Pegada Ecológica – Reduzindo o impacto do ser humano na Terra”.
Esse conceito é importante porque, quando calculamos a pegada de carbono de produtos, enxergamos com mais clareza os impactos causados na atmosfera e nas mudanças climáticas.
Assim, conseguimos gerir de forma mais robusta as emissões. Com essa maior percepção dos nossos impactos, buscamos tecnologias e formas de produção e consumo mais responsáveis. Isso, por sua vez, nos ajuda a prevenir futuros problemas que podem desequilibrar os ecossistemas.
A importância da pegada de carbono para os mercados
A pegada de carbono é uma ótima ferramenta de gestão, já que permite a comparação entre o impacto ambiental de diferentes produtos (ou mesmo produtos de diferentes produtores).
Por isso, ela é um conceito viável para mercados mais maduros no tema de mudanças climáticas, já que permite a seleção de produtos menos nocivos ao ambiente. E eles funcionam como incentivadores para as empresas: quanto mais elas criam estratégias para reduzir a pegada de carbono dos produtos, mais ganham vantagens e espaço em mercados emergentes.
Bons exemplos desses mercados são a União Europeia e a Califórnia, que tendem a valorizar ainda mais portfólios com uma menor pegada de carbono.
A pegada de carbono dos produtos Raízen
Aqui na Raízen, realizamos uma gestão robusta das emissões, além de estudarmos e analisarmos o ciclo de vida dos produtos. Isso nos ajuda a reduzir cada vez mais a pegada de carbono do nosso açúcar, etanol, E2G, bioeletricidade e pellets (combustíveis de biomassa).
Inclusive, utilizamos esses indicadores como ferramenta de diagnóstico das nossas operações. Assim, conseguimos direcionar esforços nos processos mais ofensores e aumentar o potencial de descarbonização dos nossos produtos em nível global.
Conheça nossos planos para a redução de carbono
Sabia que contamos com uma agenda de compromissos públicos? Um de nossos compromissos é reduzir em até 10% a pegada de carbono do etanol e do açúcar até 2030! Você também pode conhecer de perto nossa gestão de riscos climáticos aqui.
Agentes da descarbonização Raízen
Além de trabalharmos para reduzir as emissões, também temos o papel de oferecer soluções de baixo carbono. Dessa forma, ajudamos na evolução dos nossos clientes e fornecedores nessa jornada.
Hoje os produtos renováveis da Raízen já evitam mais de 5,2 MM de tCO2 e queremos aumentar mais esse número, por meio da substituição de outras fontes fósseis.
Neste vídeo, mostramos melhor as emissões que já conseguimos evitar:
A importância de reduzir a pegada de carbono
Em 2015, o Acordo de Paris colocou os holofotes sobre uma pauta urgente: a contenção do aquecimento global e a necessidade de impedir que a temperatura da Terra aumente 2 ºC em relação à era pré-industrial. Atualmente, com a evolução dessa pauta e com a maior clareza da urgência das ações necessárias, se discute que devamos dedicar esforços para impedir o aumento da temperatura em 1,5 °C.
Contudo, a alta visibilidade da temática não é o bastante para resolver os problemas ambientais causados pela poluição do ar.
A longo prazo, somente as ações de governos e empresas para mitigar os impactos das emissões de gases do efeito estufa não serão suficientes.
A pegada de carbono representa, como dito anteriormente, nossa marca no planeta.
Mesmo que atualmente haja um maior entendimento sobre o tema, com medidas que possam ser tomadas para reduzir os impactos causados pelo uso de combustíveis fósseis, o consumo desse combustível não renovável ainda é alto.
Não só isso, mas a demanda de recursos naturais segue crescendo, sem estar proporcional ao que temos disponível: gastamos mais (e em menos tempo) do que conseguimos repor.
Nesse ritmo, precisaríamos de quase dois planetas Terra (especificamente 1,7) para sustentar nosso consumo atual, segundo dados do GFN (Global Footprint Network).
Esse 0,7 pode não parecer tão significativo à primeira vista, mas é um problema enorme. Não temos outra Terra, não existe 0,7 planeta a mais de onde extrairmos esses recursos. É preciso diminuir a pegada de carbono agora, antes que os danos sejam irreversíveis, tanto para o planeta quanto para nós.
Como reduzir a pegada de carbono?
Você já deve ter lido sobre como é possível contribuir para o meio ambiente com hábitos simples do dia a dia. Ao entender a gravidade das mudanças climáticas, você também pode reduzir sua pegada de carbono por meio de algumas atitudes como:
- Evitar desperdício de alimentos
- Usar sacolas reutilizáveis
- Reaproveitar embalagens
- Apostar no consumo local e de pequenos produtores
- Descartar corretamente todo o lixo produzido em casa (incluindo eletrônicos, móveis e roupas)
- Economizar água e energia elétrica
- Priorizar biocombustíveis e fontes de energia limpa
Em suma, a principal prática que pode ajudar você e o resto da população e reduzir a pegada de carbono é o consumo consciente.
É importante pensarmos que todo produto tem um ciclo de vida – desde a extração da matéria-prima até o descarte – e o consumo não se resume apenas ao momento do uso.
COP26 e o papel das empresas da descarbonização
Debater os impactos das mudanças climáticas globalmente é uma missão urgente e que está mobilizando líderes de todo o mundo.
Uma das pautas centrais da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – a maior e mais importante conferência do clima do planeta – foi a discussão de ações que diminuam as emissões de GEE em escala global e como as empresas e os governos podem atuar nessa jornada.
Como forma de dar ainda mais foco para os objetivos traçados, a COP26 reafirmou a urgência de traçar metas para reduzir a queima de combustíveis fósseis. Isso, incentivando o investimento em pesquisa e tecnologias baseadas em fontes de energia limpa. As iniciativas promovidas pela Raízen, por exemplo, foram consideradas cases de sucesso do Acordo de São Paulo da CETESB.
Entendendo o nosso papel para redefinir o futuro da energia, o nosso Gerente de Sustentabilidade, André Valente, participou da COP26 para representar a Raízen nessa jornada de descarbonização.
Em 2021, como reflexo do avanço das nossas estratégias e esforços perante o tema, fomos reconhecidos na seleta lista de empresas que lideram o combate às mudanças climáticas. Essa seleção entre grandes empresas (A-List) tem como fonte o CDP Mudanças do Clima, uma iniciativa do setor financeiro.
Ele se tornou referência mundial na gestão dos impactos climáticos: o CDP é um importante termômetro na avaliação de investimentos alinhados à agenda ESG.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre o que é a pegada de carbono e conhece alguns caminhos possíveis para reduzi-la, confira como a Raízen está descarbonizando a economia e contribuindo com a geração de energia limpa no Brasil.