Você realiza a gestão dos recursos hídricos no seu negócio? Além de ajudar a minimizar a escassez de água, sua empresa economiza nos gastos e pode contribuir positivamente para o consumo consciente desse recurso no país.
Os recursos hídricos são essenciais para o desenvolvimento de atividades agrícolas, lavouras e outros ecossistemas.
Por isso, a falta de água resulta no desequilíbrio ecológico.
Entenda mais sobre o assunto ao decorrer da matéria!
O que são recursos hídricos?
Recursos hídricos é o nome dado a toda água que pode ser usada em alguma atividade, incluindo as de regiões terrestres e subterrâneas.
Apenas 2,5% da água do mundo é doce e, desse número, 68,9% compõe geleiras, neve nos cumes das montanhas e lagos congelados. Além disso, 29,9% se encontra em aquíferos (formações geológicas que armazenam água subterrânea).
O resultado é apenas 1,2% de água doce em rios e lagos (que é o recurso utilizado pela população).
Tipos de recursos hídricos
Existem três tipos de recursos hídricos:
- Superficiais
- Subterrâneos
- Atmosféricos
Em todos eles, há a presença do ciclo natural da água, em que ela permuta entre os estados sólido, líquido e gasoso.
Atividades como geração de energia elétrica, abastecimento doméstico e industrial, irrigação de culturas agrícolas, navegação, recreação, aquicultura, piscicultura, pesca e afastamento de esgotos dependem dos recursos superficiais e subterrâneos.
Como o ciclo hidrológico não é equilibrado ao redor do planeta, a distribuição de água é desigual pelas regiões.
Exemplos de recursos hídricos
Como você pode ver, os recursos hídricos são as águas superficiais e subterrâneas disponíveis para uso.
Alguns exemplos de recursos hídricos são os lagos, rios, lençóis freáticos, arroios etc.
Nesse sentido, vale salientar que todo recurso hídrico é água, mas nem toda água é recurso hídrico, porque para entrar nessa categoria a água deve ser doce e acessível à sociedade.
Qual é a importância dos recursos hídricos para a sociedade?
Os recursos hídricos são indispensáveis para a humanidade. Afinal, um organismo não sobrevive sem água.
Além disso, a água é o elemento mais utilizado nas atividades econômicas, seja para a geração de energia, abastecimento, usos na indústria, na agricultura e na pecuária, para lazer etc.
Embora sejam comercializados, os recursos hídricos têm importância política, pois são um bem coletivo essencial para a vida de todas as pessoas.
Qual é a situação dos recursos hídricos no Brasil?
Estamos em boa posição quanto à disponibilidade de recursos hídricos, representando 12% desses recursos ao redor do mundo.
O Brasil contém 19 vezes o volume mínimo de água disponível para cada habitante, de acordo com o valor de referência definido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Além disso, as três bacias hidrográficas com maior volume de água doce do mundo estão aqui: Amazonas, São Francisco e Paraná! Cerca de 60% da Bacia Amazônica é de domínio brasileiro e ela escoa ⅕ do volume total de água doce do planeta.
Também nos destacamos em relação às regiões subterrâneas, contendo uma reserva de 112 mil km³, que faz parte do Aquífero Guarani e se estende pelo Paraguai, Uruguai e Argentina.
Como funciona a gestão de recursos hídricos no Brasil?
Segundo a constituição, não existem águas particulares ou privadas, tampouco com domínio municipal: todas as águas pertencem a todos os estados.
Entretanto, a hierarquia de gestão de recursos hídricos no Brasil envolve:
- O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), que analisa propostas, delibera projetos, arbitra conflitos e articula a promoção dos recursos hídricos em todos os âmbitos federais.
- A Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU), órgão do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que gerencia os recursos hídricos conforme a estrutura regimental estabelecida pelo Decreto nº 6.101, de 26 de abril de 2007.
- A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), seguida dos comitês e agências de bacia, já apresentados anteriormente.
- O Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), órgão deliberativo, seguido da Secretaria e Entidades Estaduais, responsáveis pelo gerenciamento das bacias e recursos hídricos dos estados da União.
Conservação de recursos hídricos: como colocar em prática nas empresas?
Existem diferentes maneiras de conservar os recursos hídricos em uma empresa, como: optar pelo reúso, dessalinizar, diversificar a captação de água, realizar a transposição ou despoluir.
Conheça cada forma a seguir:
Reúso
A água de reúso é voltada a fins não potáveis, podendo ser processada de forma direta ou indireta.
No caso do uso indireto, a água é liberada em corpos hídricos após o uso, com ou sem tratamento prévio. Já a forma direta é o uso planejado da água residuária, onde são realizados tratamentos.
Pelo menos em 50 países do mundo, a técnica de águas residuais para irrigação já é utilizada.
Dessalinização
Este método consiste na remoção dos sais dissolvidos na água do mar ou nas águas salobras subterrâneas, produzindo água doce.
As técnicas utilizadas para essa solução são: osmose inversa (utilizada pelo Arquipélago de Fernando de Noronha), destilação multiestágios, dessalinização térmica e congelamento.
De acordo com a Associação Internacional de Dessalinização (IDA), o tratamento já é utilizado em 150 países, como Austrália, Estados Unidos, Espanha e Japão.
Captação
A água da chuva como fonte de captação já integra a legislação de água no Brasil. Para esse processo, devem ser utilizadas áreas impermeáveis, como o telhado.
Essa técnica é restrita ao uso não potável e é voltada a torneiras de jardins, bacias sanitárias e lavagem de veículos e roupas.
Na China, por exemplo, há uma experiência com as chamadas “cidades-esponja”, em que construções absorvem água da chuva de forma rápida e segura.
Despoluição
Nesta técnica, é preciso livrar as fontes de água de organismos contaminantes, para torná-la potável. Já existem algumas tecnologias voltadas para esse fim, como a The Water Cleanser, da Austrália.
O Rio Tâmisa, do Reino Unido, é um exemplo de caso de despoluição. O processo de recuperação levou cerca de 50 anos, através de tratamento de esgoto. Além desse rio, o Reno, na Europa, já permite a vida aquática depois de 20 anos de tratamento.
Transposição
Através do bombeamento artificial, a água é transferida de um local para o outro, desviando o curso dos rios (e não o leito).
O Rio São Francisco é um exemplo de rio que teve a transposição iniciada em 2007, para elevar a oferta de água no Nordeste.
Recursos hídricos na Raízen: conheça o Programa Reduza!
Como compromisso público para 2030 com a gestão hídrica, nos comprometemos a reduzir em até 10% a captação de água de fontes externas no período de moagem nas nossas Unidades Industriais (que representam 95% do uso de água na Raízen).
Para isso, temos o premiadíssimo Programa Reduza, cujo foco é a melhor gestão hídrica que, desde sua implantação, vem apresentando resultados excepcionais.
O Programa foi implantado em 2015 como um projeto, mas logo se tornou um Programa, pela robustez nos conceitos e resultados.
É um Programa que busca reduzir os impactos ambientais advindos do uso da água. Essa gestão consciente é continuamente compartilhada entre todas as Unidades Industriais.
Desde a sua implementação, já reduzimos 12 bilhões de litros do volume total de água captada, o que representa 16% a menos no consumo!
Em relação a safra 20’21, já conquistamos uma redução de 1,8 bilhão de litros de água de fontes externas captados durante o período de moagem, volume suficiente para abastecer uma cidade de mais de 44 mil habitantes – em linha com a recomendação da ONU de 110 litros/dia por habitante.
Raízen em uma visão 360º de gestão hídrica
O Reduza se tornará o Programa de Gestão Hídrica para todas as Plataformas de Negócios, as quais já contam com outras iniciativas bem-sucedidas, como em nossos terminais e portos.
Sem água, nossos negócios não existiriam. Por isso, fazemos um uso racional de água e estimulamos continuamente nossos times a praticar seu melhor uso, inclusive levando esses conceitos para seus lares.
Ou seja: essa ideologia permeia desde o plantio de cana (onde a água da chuva é primordial) – com manufatura, produção de açúcar, etanol, energia e bioprodutos – até nossas operações em terminais, portos, aeroportos e escritórios.
Imagine 40 mil famílias praticando no seu dia a dia o uso racional de águas? Sem dúvidas, é uma contribuição significativa!
Conheça nossos números envolvendo a gestão hídrica!
Cana-de-açúcar (assim como a superfície da Terra, é composta por 70% água!)
- 53 bilhões de litros
Água captada
- 64 bilhões de litros vem de fontes externas (superficial e subterrânea) nas 31 unidades da Raízen
- 6 bilhões de litros nos terminais, aeroportos e demais operações da Raízen
Volume total
- 123 bilhões de litros (número que representa o consumo anual de uma cidade de 3 milhões de habitantes – considerando o padrão de 110 litros/habitante/dia.
Também usamos água para gerar vapor nas caldeiras das Unidades, produzir energia elétrica, além de energia para equipamentos das Unidades. A água é usada também em sistemas de resfriamento para nos trocadores de calor.
Nas bases e terminais, usamos água como sistema de combate a incêndio – sem reserva de água de combate a incêndio não podemos operar.
Conheça nossos números em produção de Etanol, Açúcar e Bioenergia!
- Produzimos mais de 12 milhões de kg de vapor a cada uma hora
Isso corresponde a 8,5 milhões de panelas de pressão cozinhando durante uma hora ao mesmo tempo, com a válvula de alívio aberta. - Circulamos nas torres de resfriamento mais de 330 milhões de litros de água por hora – ou 92 m3/s (metros cúbicos por segundo). Para se ter uma ideia, a vazão média do Rio Piracicaba é de 144 m3/s e, nos períodos de estiagem intensa, chega a apenas 17 m3/s.
Gostou do conteúdo? Confira nossa Agenda ESG completa, com compromissos públicos e sustentáveis para 2030!