Você conhece os produtos derivados da cana-de-açúcar?

A cana-de-açúcar faz parte da história, do presente e do futuro do Brasil. Você sabia que o nosso país é o maior produtor mundial de cana? Segundo a Embrapa, são mais de sete milhões de hectares plantados, produzindo mais de 480 milhões de toneladas todos os anos.

Esses números colocam o país - e a Raízen - na liderança mundial não só do mercado de açúcar, mas de todos os derivados desse cultivo. Somente na safra 23'24, por exemplo, cultivamos 1.3 milhões de hectares com uma produção de 83 milhões de toneladas cana-de-açúcar.

Entre empresas, a Raízen é o maior produtor mundial de etanol e biomassa de cana-de-açúcar, e o maior exportador mundial de açúcar, com escala comparável a países inteiros.

Além de matéria-prima para a produção de açúcar e álcool, os subprodutos e resíduos da plantação são utilizados para geração de energia elétrica, biogás, fabricação de ração animal e também fertilizante para as lavouras.

Para conhecer mais sobre os derivados da cana-de-açúcar, continue a leitura 🙂

Antes de tudo, entenda o que é cana-de-açúcar?

A cana-de-açúcar é uma planta da ordem das gramíneas, que se desenvolve em forma de touceiras de caules finos e folhas largas. Seu nome científico é Saccharum officinarum

O caule da cana, também chamado de colmo, é a parte mais nobre e conhecida da planta. Em diferentes tonalidades de verde, roxo e dourado, o colmo é dividido em pequenos nós e composto basicamente de caldo e fibra.

É dele que se extrai o famoso caldo doce da cana, que além de iguaria apreciada nas feiras livres do país, é a essência que viabiliza a produção de diversos produtos.

O que são derivados da cana-de-açúcar?

Os derivados da cana-de-açúcar são toda a gama de produtos feitos a partir dessa matéria-prima. Os mais conhecidos no mercado de commodities são açúcar e etanol.

Mas a cana permite muitas outras derivações - especialmente no mercado de energia. Vamos ver?

Conheça os produtos derivados da cana-de-açúcar

A maioria dos produtos derivados de cana vêm do caldo extraído do seu culmo. Além dos já mencionados açúcar e etanol, o processamento do bagaço e dos resíduos da produção ampliam o portfólio de produtos e subprodutos.

Alimentos derivados da cana-de-açúcar

Vai muito além do açúcar do bolo ou dos patrimônios culturais do Brasil como a rapadura, o melado, a cachaça e o próprio caldo vendido nas feiras. Os derivados da cana estão na casa de brasileiros de muitas formas.

A produção de açúcar vindo da cana inclui: açúcar líquido, refinado, cristal, demerara, orgânico, entre outros.

Esses açúcares desempenham papéis distintos na culinária e na indústria de alimentos, bebidas e medicamentos.

Da mesma forma, o etanol, também chamado de álcool etílico, também está presente nas casas dos brasileiros.

Essa substância obtida da fermentação de açúcares é encontrada em bebidas como cerveja e aguardente, bem como em cosméticos e produtos de higiene e químicos em geral.

Energias derivadas da cana de açúcar

O etanol encabeça a lista de biocombustíveis e energias renováveis derivadas da cana-de-açúcar que movimentam veículos e negócios.

Confira essa e outras energias derivadas da cana:

Etanol de 1ª geração
Obtido pela fermentação de açúcares presentes na cana. Existem dois tipos básicos de etanol: o anidro e o hidratado.
Etanol Hidratado Carburante
Comum em postos de combustível para veículos, com composição de 95,1% a 96% de etanol e o restante de água, é uma alternativa que emite 80% menos Co₂ na atmosfera que a gasolina.
Etanol Hidratado Neutro
Puro e de alta pureza, usado em indústrias de bebidas, cosméticos e análises instrumentais, com avaliações organolépticas.
Etanol Hidratado Especial
Produzido conforme especificações para produtos específicos, atendendo demandas externas
Hidratado Industrial
Utilizado em produtos não consumíveis, com graduação alcoólica mínima de 94,0%, adaptado às necessidades específicas de aplicação.
Etanol Anidro Industrial e Neutro
Baixa quantidade de água, usado em tintas, vernizes, aerossóis e misturado à gasolina, sendo neutro para indústrias farmacêuticas e alimentícias.
Etanol de 2ª geração
Obtido a partir do bagaço de cana restante da produção do etanol de 1ª geração. A produção do E2G depende de um processo altamente tecnológico de pré-tratamento da biomassa, hidrólise e posteriormente fermentação. O etanol de 2ª geração garante a mesma pureza e eficácia necessária que o etanol de 1ª geração, emitindo até 30% menos de CO₂ na atmosfera.
Bioeletricidade
Essa fonte de energia elétrica é obtida a partir da queima do bagaço da cana que sobra da produção de açúcar e de etanol. Os vapores fazem girar as turbinas que geram eletricidade. Saiba mais sobre a bioeletricidade produzida na Raízen.
Biogás e biometano
Outro uso de resíduos da produção é o biogás, obtido a partir da fermentação da vinhaça e da torta de filtro (resíduos da produção dos primeiros derivados de cana). Esse biogás pode ser transformado em biometano, um gás natural renovável que pode ser usado como substituto do diesel em veículos pesados e até do gás de cozinha.

Saiba mais: Biogás Raízen: como ele é produzido e gera bioeletricidade e biometano?

Pellets de cana
Quando a biomassa é condensada em pequenos cilindros, obtém-se os chamados pellets, que podem atuar como substitutos de carvão mineral em usinas de energia térmica. Assim, tem-se mais um tipo de bioeletricidade derivada da cana-de-açúcar.

Confira paper do MIT sobre o potencial energético da cana de açúcar:
Como países tropicais podem acelerar seu Protagonismo na Economia net-zero

Combustíveis avançados derivados de cana-de-açucar

A partir dos derivados de cana, é possível avançar na produção de biocombustíveis para setores de difícil descarbonização, como aviação e navegação, até então exclusivamente dependente de combustíveis de origem fóssil.

Hidrogênio Renovável a partir do Etanol de Cana
A partir do etanol da cana é possível produzir Hidrogênio Renovável. Esse é um combustível limpo, obtido por eletrólise da água com eletricidade renovável ou através da conversão do etanol. Uma parceria entre Raízen, Shell Brasil, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), SENAI CETIQT e Toyota do Brasil está desenvolvendo essa tecnologia em conjunto com o Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI)
Combustível Sustentável de Aviação (SAF) com etanol de cana
Com o etanol (comum ou de segunda geração) é possível produzir o SAF, Combustível Sustentável de Aviação (SAF). A mistura ajuda a reduzir por volta de 80% da emissão de gases do efeito estufa do setor. A Raízen conquistou a certificação ISCC CORSIA Plus, tornando seu etanol adequado para a produção de SAF, atendendo aos padrões internacionais.
Biobunker: etanol de cana na navegação
Derivados de cana como etanol, metanol verde e hidrogênio renovável também têm potencial para reduzir a emissão de GEE do setor de transporte marítimo. A parceria entre Raízen e Wärtsilä já está testando biocombustíveis, bem como mudanças nos motores de navios para ter o etanol como principal fonte de energia, reduzindo assim a pegada de carbono.

Outros derivados da cana-de-açúcar

Como pudemos ver aqui, da cana se extrai o açúcar, energias renováveis e ainda outros derivados. Confira mais alguns:

Plástico de cana-de-açúcar
O etanol pode ser usado na produção de plástico sustentável. É uma alternativa renovável aos derivados de petróleo.
Celulose
As fibras do bagaço da cana e a palha da plantação também podem ser usadas na produção de papel
Fertilizante Natural
Completando o ciclo do aproveitamento máximo da cana, a cinza e a vinhaça residual de todos esses processos dão origem a potentes fertilizantes naturais para a própria lavoura de cana.
Ração para Gado
A alta concentração de fibras do bagaço da cana, bem como a levedura seca obtida da fermentação do etanol também podem ser aproveitadas na alimentação de gado confinado.

5 benefícios da cana-de-açúcar para nossa economia

As condições climáticas do Brasil, aliadas ao uso de tecnologias como as da Raízen, nos permitem aumentar essa produção conservando o uso sustentável da terra. Isso traz muitos benefícios para a nossa economia, confira:

O Brasil é o maior exportador de derivados de cana-de-açúcar do mundo, o que torna notável a contribuição desse cultivo para a balança comercial do país.
A produção de biocombustíveis, como o etanol e o biogás, reduz a dependência do Brasil em relação aos combustíveis fósseis.
O uso de biocombustíveis e a adoção de boas práticas na lavoura de Cana contribuem para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.
A cana-de-açúcar também promove o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, impulsionando a pesquisa e inovação no campo da agroindústria.
Além disso, a crescente preocupação global com a descarbonização da economia aumenta a demanda por etanol e outras energias vindas da biomassa de cana.

Entenda de transformação da matéria-prima do açúcar

A transformação da cana-de-açúcar em matéria-prima para toda essa variedade de produtos é um processo integrado e complexo que vai além da destilação e fermentação da cana.

Inicia-se no cuidado do solo, na colheita mecanizada das plantas maduras para aí, sim, se chegar ao processamento do caldo e dos demais subprodutos.

Além de investir em produtividade agrícola que permita o uso sustentável da terra, é preciso investir em tecnologias de processamento.

Cada derivado de cana-de-açúcar requer tecnologia especializada. É por isso que a Raízen transformou as antigas usinas de açúcar e álcool em verdadeiros parques de bioenergia. De forma integrada, as novas plantas permitem o total aproveitamento da cana-de-açúcar.

Como funciona a produção de cana-de-açúcar na Raízen?

Cerca de 50% da cana-de-açúcar que a Raízen processa em seus parques de bioenergia são produzidos em terras próprias da empresa. Ali são aplicadas as melhores práticas de cultivo que já deram à Raízen a certificação internacional Bonsucro de sustentabilidade em 80% das áreas cultivadas .

Além da produção em terras próprias, a Raízen é aliada de fornecedores de cana em várias partes do Brasil. Essa parceria não significa apenas compra de cana, mas compartilhamento de expertise.

Por meio de programas como Elos e Cultivar, a Raízen ajuda diferentes produtores a agregarem valor a suas terras e cultivos. O Elos presta consultoria gratuita para boas práticas de sustentabilidade ambiental, social e econômica. Enquanto isso, o Cultivar facilita o acesso a créditos e também tecnologias de produtividade.

O objetivo é garantir a rastreabilidade de 100% do volume de cana moída até 2030 e manter o zero desmatamento ilegal pós-2008.